quinta-feira, 12 de agosto de 2010







E se eu dissesse que te quero tanto, absolutamente derretido à luz de velas, no escurecer explícito dos teus olhos que lambem minhas pernas, que atravessam noites dentro do meu peito em rumor e desejo...que plantam teu nome em meus lábios, a secreta indecência florescendo mais bonita nas jóias que encontramos um no outro. E se eu te dissesse do amarelecer vazio da tarde em que te ausentas, ao entardecer do crepúsculo em que teu cheiro revoa preso ainda aos travesseiros, à cama, pregado às paredes. E se eu dissesse que te quero tanto, ainda e mais, num amor que espera à janela, florescendo silencioso por entre frestas e pedras, nas ranhuras da sacada e vai se urdindo luar contra as nuvens, contra os cinzas, contra a ferrugem do tempo...à descobrir os doces sonhos embaixo do amargo da língua, onde a palavra é mais sinal e menos signo, onde me desnudo fêmea em gosto,pétala e umidade à espera da invasão da tua carne, no desespero da tua boca ,onde o som é quietude morna após uma tempestade de gemidos abafados ao ouvido nu e cru dos nossos segredos... um descansar de cabeça no teu peito,um abraço que guarda o cheiro de séculos... tua mão entrelaçada à minha, nossas almas pratas derramadas sobre o lençol... E se eu dissesse que te quero tanto, que chego a te amar esquecida de como se ama de forma outra que não essa em que faleço e me refaço entre tuas mãos, em que doem em mim teus olhares e tua fome, ânsia do teu corpo, saliva e tabaco... um cheiro doce que me convida até tua nuca e meus seios são teus. E se eu dissesse que te amo tanto...porejando essa vida que está por ser nossa, úmida de um tempo recendendo à inteireza, à mágica completude do agora que vem!!! Estou suspensa no ar junto às horas que nunca entendi e tampouco me entenderam... em poeira dourada arrastada pelo vento que sopra desde o começo do mundo... e flutuo enquanto o instante ganha a perfeição dos sentidos...
Que venham as estrelas e os faróis!

Nenhum comentário:

Postar um comentário