quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Várias de mim irrompem de manhã à noite
Provocam infinitas dores e gozos no desatino das guerras interiores
Golpeio-me! bato de encontro ao muro de dentro num grito avassalador
e me esfacelo, estilhaço, desfaleço...
Não dou sossego as minhas infindáveis faces que percorrem o caminho branco das resmas,
gozam de múltiplas formas e mancham com palavras os rostos torpes em mil fragmentos
Os rostos que os questionamentos procuram recompor ;
Eu sinto dor , ao morrer e renascer de cada dia ...arregalo os olhos, verto sangue,
sangro as mãos, o ventre, o sexo, o nexo, anexo, desde o delicado princípio...
E gozo essa matéria transparente,letrada, intermitente, a cada hora, a cada instante,
demoradamente sobre vós.
E de repente me vem essa vontade de não querer ser mais nada, de apenas respirar, transpirar,
inspirar uns cantos de olhos silenciosamente ; ....
Agora me sei simultaneidade, infinitude, e existência...pulsando e convergindo como quem tão
consciente de sua multiplicidade se encontrou naquilo que sempre fora desde o início.....
milhares e milhares ...em uma só entranha !
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